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Projeto pioneiro de monitorização de rios tem início no Oeste

O Projeto Peixes Nativos resultou de uma parceria entre o ISPA - Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida e a Águas do Tejo Atlântico, protocolada em novembro de 2017, com vista à monitorização científica em rios do litoral oeste de Portugal que albergam espécies ameaçadas de peixes de água doce, para avaliação do estado das suas populações no contexto atual de alterações climáticas globais, incluindo ainda, em paralelo, a realização de ações de educação ambiental dirigidas a alunos do 1º ciclo.

Aproveitando as comemorações do Dia Mundial da Água, este projeto arrancou recentemente em Torres Vedras, Município pioneiro do Projeto, com a realização das primeiras ações monitorização previstas, dinamizadas pelo ISPA, com o apoio do Município de Torres Vedras e da Águas do Tejo Atlântico. Os alunos do 4º ano das escolas selecionadas para implementar o projeto, EB1 do Ramalhal e EB1 de Runa, depois de uma sessão de sensibilização e de formação em sala de aula, onde ficaram a conhecer o Ruivaco-do-oeste (Achondrostoma occidentale) e o seu habitat, com o auxilio de jogos pedagógicos e de uma explicação por parte da coordenadora do projeto, Carla Sousa Santos, foram para o rio Alcabrichel e Sizandro, respetivamente, onde puderam contactar diretamente com a espécie de peixe nativo, atualmente em perigo, realizando algumas medições de campo.

Integrado neste projeto realizou-se ainda uma ação de formação sobre “Peixes de água doce nativos e Qualidade das linhas de água do Oeste”, que teve lugar no dia 14 de abril, no Centro de Educação Ambiental de Torres Vedras e no rio Alcabrichel. Em Mafra, também em abril, nos dias 17 e 20 respetivamente, realizaram-se uma ação de repovoamento do rio Safarujo (coordenada pelo Aquário Vasco da Gama e integrada no projeto de “Conservação ex situ” da Quercus) e a divulgação do projeto na Feira das Ciências, no Parque Desportivo Municipal de Mafra.

Para setembro está previsto o arranque do projeto no rio Safarujo, com a colaboração do Município de Mafra, com vista à preservação e conservação dos refúgios onde ainda existem espécimes de Ruivaco-do-oeste. Também o município de Oeiras irá integrar este projeto para a monitorização da Boga portuguesa e do Escalo do Sul, existentes nas ribeiras da Lage e do Jamor.

Numa primeira fase, o projeto “Peixes Nativos” pretende estudar a densidade populacional das espécies ‘ruivaco do Oeste’, característico dos rios Alcabrichel, Sizandro (Torres Vedras) e Safarujo (Mafra), ‘boga portuguesa’ e ‘escalo do Sul’, existentes nas ribeiras da Lage e do Jamor (Oeiras). Nos próximos anos, o projeto deverá ser alargado a 14 linhas de água existentes nesta região do país, onde habitam mais quatro espécies: ‘ruivaco’, ‘barbo’, ‘boga de boca reta’ e ‘escalo do norte’.

Na Bacia Hidrográfica das ribeiras do Oeste, que coincide com a área de atuação da Águas do Tejo Atlântico, existe um total de 7 espécies nativas de peixes, estritamente dulciaquícolas, da família dos ciprinídeos. São peixes muito pequenos que chegaram à Península Ibérica há milhões de anos, tendo ficado em perigo de extinção nos últimos anos, devido às alterações climáticas, à degradação dos seus habitats e à fraca qualidade da água, apesar das melhorias significativas sentidas nas duas últimas décadas face à intervenção da Águas do Tejo Atlântico.

Das 7 espécies de ciprinídeos, as três que vão ser monitorizadas, nesta primeira fase do projeto, estão consideradas criticamente em perigo, estatuto mais elevado de ameaça do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas:

Ruivaco (vulnerável) - Achondrostoma oligolepis ;

Ruivaco-do-Oeste (em perigo) - Achondrostoma occidentale ;

Barbo-comum (pouco preocupante) - Luciobarbus bocagei

Escalo-do-norte (pouco preocupante) - Squalius carolitertii

Escalo-do-sul (criticamente em perigo) - Squalius pyrenaicus

Boga-portuguesa (criticamente em perigo) - Iberochondrostoma lusitanicum

Boga-de-boca-reta (pouco preocupante) - Pseudochondrostoma polylepis

 

Mais informação sobre o projeto em www.peixesnativos.pt